sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Últimos apontamentos

26.09.2008

Hoje é o meu último dia no México e, como tal, aproveito para sublinhar algumas pequenas coisas ainda nao mencionadas e relatar as últimas aventuras.

O México é realmente um país bastante perigoso... Uma pessoa balança entre a vida e a morte várias vezes ao dia... Uma adrenalina constante e o pensamento súbito: Será que consigo sair desta? Só ontém tive três encontros com a morte... A atravessar as estradas! Esta gente é completamente louca a conduzir. Ninguém respeita os semáforos, nem os sinais de trânsito, nem prioridades, nem nada. Nas rotundas principais das cidades, aquelas com 3 ou 4 faixas, os carros amontoam-se cada um virado para seu lado. Ontém, por exemplo, queria atravessar uma grande avenida, com 6 faixas, e pacientemente esperei que o sinal dos carros ficasse vermelho. Quando finalmente tal aconteceu, eu atravessei, ingénua e inocente, pensando que seria seguro e, no meio da rua, vejo dois microbuses (aquelas carripanas verdes e brancas) e virem confiantemente na minha direcçao. Resultado: Nao pararam no semáforo, fiquei entalada em meio metro entre os 2 autocarros e, além disso, ainda buzinaram furiosamente enquanto eu gritava: Está rojoooo!!! Enfim... aventuras...

Ontém estive também nos bairros de Coyocán e San Ángel, onde viviam Frida Kahlo e Diego Rivera, para visitar as suas casas-museu. O bairro de Coyocán é absolutamente delicioso. Eu viveria ali tranquilamente. As casitas de um ou dois andares pintadas todas de cores diferentes, super arranjadas. Mas pareceu-me que as casitas nao eram assim tao casitas como isso, tendo em conta os carros que se vê na zona... A casa-estudio de Rivera e de Kahlo é o cenário do filme Frida, para quem viu, o que nao é o meu caso.

Ontém, a minha última noite no México, fui convidada por um grupo de franceses, que estao cá para um casamento, para um jantar num típico restaurante mexicano, com música ao vivo, tequilla, picante e tudo o que se tem direito. Foi o que se vê nas fotos:

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Pessoas

23.09.2008

O México é sem dúvida um país de grandes desigualdades, com muita gente muito pobre e uns poucos muito ricos, e na sua capital esta diferença nota-se ainda mais. Vê-se muita gente a mendigar nas ruas e nas suas caras sente-se o sofrimento e a dor de quem nunca teve uma oportunidade. A pele enrugada e queimada pelo sol, as roupas parcas e sujas, os sapatos gastos e rotos, e os olhos tristes... Olhos de índio triste, a quem foi tirado tudo o que um dia possuíram, noutros tempos, noutras vidas...


Vêem-se também muitas pessoas sentadas nas praças, com ar de quem leva ali todo o dia, toda a vida... Apenas sentados a olhar... Alguns conversam, outros simplesmente olham o infinito...



Alguns juntam-se numa esquina, cada um com o seu letreiro "Canalizador", "Electricista" ou "Carpinteiro". Triste a vida de quem nao tem trabalho, mas sabe o ofício...



E, durante todo o dia, as ruas estao cheias de pessoas que caminham. De cá para lá e de lá para cá, todo o dias as ruas cheias...

O Templo Maior

O Templo Maior do México Tenochtitlán fica exactamente ao lado da Catedral Metropolitana, na praça central da Cidade. Foram descobertos neste local importantes vestígios aztecas em 1978, procedeu-se à demoliçao de 13 edifícios para que se iniciassem as escavaçoes. Descobriu-se nada mais nada menos que o Templo Maior da civilizaçao Azteca, construído no local que os Aztecas achavam ser o centro do universo.

O início da sua construçao data de 1325, mas foi aumentado várias vezes e, para atenuar os efeitos do seu aumento perante a ordem do universo, milhares de prisioneiros eram sacrificados. Em 1487 num festival de quatro dias, cerca de 20.000 pessoas foram sacrificadas...

No final do percurso, é permitida a entrada no Museu e, aí sim, estao expostas coisas espectaculares, como a grande roda de Coyolxauhqui (deusa da lua), guerreiros gigantes feitos em terracota, utensílios diários, etc etc... E, felizmente!, deixam utilizar a máquina fotográfica lá dentro, desde que seja sem flash.





El Gato Cósmico

Para os fas de El Gato Cósmico que, admitindo a minha falha, estava desaparecido, aqui vao duas fantásticas fotografias da sua estadia por terras mexicanas.


Sao tantas as fotografias que tiro, que é totalmente impossível subi-las todas ao blog, mas estou em negociaçoes com El Gato Cósmico e estamos a ponto de assinar um acordo para que ele tenha o seu próprio blog com fotos...

El Gato en el Palácio Nacional del Zócalo


Disfrutando de la vista sobre la Plaça de la Constitución...


terça-feira, 23 de setembro de 2008

Mais perolazinhas mexicanas

Dê um passo para sair das escadas rolantes?¿?¿ Dahhhh..........

As linhas de metro.... E que tal escreverem um bocadiiiiiinho de nada maior os nomes das paragens¿?¿?¿?

(os nomes sao a pequena linha preta debaixo de cada imagem....)




Manifestaçao de nus contra o governo mexicano


A foto do ano


La Virgen de Guadalupe

Hoje, depois de um pequeno ataque de stress proporcionado mais uma vez pelos Correios mexicanos, resolvi ir até á Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe. Reza a lenda que em 1531 um cristao indígena, Juan Diego, avistou no cimo do monte Tepeyac uma linda senhora vestida de azul e rodeada de raios dourados, que lhe pediu que se dirigisse ao bispo e ordenasse a construçao de um templo em sua honra. O bispo nao acreditou e, só na sua quarta apariçao, deixou gravada a sua imagem na capa de Juan Diego. Hoje em dia, a Virgem de Guadalupe é a padroeira do México e de toda a América Latina.

A antiga Catedral é um pouco ao estilo da Torre de Pisa, um edifício enorme prestes a descambar para a frente. Foi contruído um novo santuário ao lado para albergar os milhares de peregrinos que aqui se dirigem a 12 de Dezembro, dia da Virgem.

No cimo do monte por detrás da Catedral está a Capilla del Cerrito, onde Juan Diego teve as visoes. Há uma vista espectacular sobre a Cidade do México daí. Entrei na capela e estava a ser celebrada uma missa. Fiquei um pouco a assistir. O México inexplicavelmente dá-me para a religiosidade... E reparei num indígena, todo vestido de branco, com uns sapatos que nem eram sapatos, umas simples solas de pele com umas cordas presas, a assitir à missa. Nao sei porque, reparei nele... E tocou-me a sua figura...

A descida do monte está fenomenal, com jardins e cascatas e uma representaçao gigante dos povos da América Latina a oferecerem a sua devoçao à Virgem.

Claro que à volta de tudo isto, há milhares de barraquinhas e vendedores ambulantes com uma oferta bastante grande e despropositada de tudo o que tenha ou nao a ver com Guadalupe e as apariçoes...

De volta à Cidade, estava a almoçar num restaurante de Sushi (eheh..!), quando vi passar o indígena da capela, pedindo dinheiro na rua, e caminhando devagar e pesaroso. Pedi a conta, paguei a correr, sem sequer receber troco, e fui a correr atrás dele para lhe dar o que para ele seria muito dinheiro, e para nós é quase nada. Made my day!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Xochimilco ou a Veneza mexicana

Hoje resolvi ir até Xochimilco, local recomendado por um mexicano barcelonense, e que vale muito a pena. Xochimilco fica na parte sul da Cidade do México e é conhecida pelos seus canais e estufas de plantas. É uma espécie de Venezazinha mexicana. Uma autêntica delícia para os sentidos...

Os canais estao ladeados quase unicamente por estufas com plantas coloridas e, ao longo do passeio, vao surgindo barcos vendendo artesanato, milho frito, bebidas ou flores, outros com músicos mexicanos vestidos a rigor que se oferecem para cantar uma música, outros com velhotes com máquinas fotográficas antiquíssimas a oferecem-se para nos tirar uma foto com um chapéu mariachi, etc...

E mais uma experiência surreal... no verdadeiro sentido da palavra. A certa altura, passamos pela Isla de las Muñecas ( a última foto), onde estao milhares de bonecas destroçadas, partidas, desmembradas, penduradas nas árvores. Um cenário um tanto ou quanto de filme de terror... Foi feita por um habitante da ilha em homenagem a uma menina que se afogou no canal. Spooky...





Pequenos episodios surrealistas mexicanos

22.09.2008


(nota: este computador nao tem nenhum tipo de acentos...)


Segundo os mexicanos que conheci, no Mexico sucedem-se situaçoes surrealistas, das quais nao se percebe muito bem o como nem o porque. Realmente, ja tinha visto algumas coisas bizarras, mas agora que sei isto ando com mais atençao. Aqui vao alguns:


1. Policias-semaforo


Nos cruzamentos de grande parte das ruas da cidade, alem dos semaforos, que funcionam perfeitamente, existem policias sinaleiros que, apitando estridentemente, dao exactamente as mesmissimas indicaçoes que os sinais. Uma pessoa nao habituada a estas coisas poderia perguntar-se: mas que raio faz o policia ali? Nao sabemos...


2. Portagens fantasma


Na auto-estrada para Teotihuacan ha, como se era de esperar, portagens. A meio caminha começa a aparecer sinalizaçao: "Atençao portagens a 1 km" e "Prepare pagamento". Quando se avistam as quatro casitas, so duas delas estao abertas para passagem. Abrandamos, reduzimos e paramos e, para grande espanto, nao esta la ninguem! Olhamos para a outra casita aberta e tambem vazia... Mas que raio? Passamos? Vamos embora! E, 2 km mais a frente, la surgem as verdadeiras portagens. O porque das duas portagens? Nao sabemos...


3. As portagens com maquina


No regresso a Cidade do Mexico, as portagens sao com maquina. Mas cada uma tem um funcionario que nos mete o dinheiro na maquina e tira o ticket. No meu entender, as portagens com maquina servem para agilizar o pagamento e dispensam empregados... Por que esta ali uma pessoa entao? Nao sabemos...


4. O envio de encomendas por correio


Hoje de manha fui ate aos Correios para enviar umas coisas a Portugal. Levei tudo dentro de um saco de plastico e, depois de uns 15 minutos a espera da funcionaria, ela la pesou o saco, disse o preço e que eu teria de por tudo dentro de uma caixa. Ora, num mostrador atras de mim estavam expostas varias caixas dos Correios Mexicanos, de diferentes tamanhos. Assim que respondi: "Pode ser numa deste tamanho." Ao que ela diz: "Essas caixas ainda nao estao a venda." "Entao e nao tem outras caixas?" "Nao." "Nao tem nenhum tipo de caixas para enviar?" "Nao." "E sabe onde posso comprar uma entao?" "Nao." Surreal.....


Irei acrescentando aqui mais episodios hilariantes como estes a medida que forem sucedendo. Entretanto, ha outro que nem precisam de explicaçao, uma fotografia basta...



Twice???

domingo, 21 de setembro de 2008

Teotihuacán

Cabeça de Serpente na entrada do Palácio de Quetzal... (qualquer coisa...)

Pirâmide da Lua

Pintura mural de um puma

Pequenas pirâmides ao redor da Pirâmide da Lua

Vista da escadaria da Pirâmide do Sol



A chegada ao topo!

A Pirâmide da Lua vista do topo da Pirâmide do Sol

A grupeta maravilha

A Pirâmide do Sol



Hoje fui com a grupeta maravilha que conheci ontém às pirâmides de Teotihuacán. Fomos de carro e só assim tive uma leve ideia do tamanho da Cidade do México... Gigante! E quando termina a cidade e se entra na zona das montanhas há milhoes de casas pré-fabricadas empoleiradas a subir os montes quase até ao topo. Uma visao de favela brasileira que leva 30 km a atravessar...

As pirâmides ficam a 1 hora de caminho da Cidade e vale muito a pena visitar. Ainda por cima, fingimos (eu e a argentina) que também éramos mexicanas e nao pagámos nada para entrar.

Existem as duas pirâmides principais: a da Lua e a do Sol, sendo que esta última é a terceira maior pirâmide do mundo. E nós, corajosos como somos, conseguimos subir tudo até lá acima! Fiquei muito feliz comigo mesma! Afinal ainda consigo fazer estas coisas!

As pirâmides foram construídas por volta do séc. I a V depois de Cristo pela civilizaçao Teotihuacana, da qual se sabe muito pouco, pois extinguiu-se inexplicavelmente no séc. VIII d.C.. Sabe-se porém que em certa altura durante 30 dias foram sacrificadas 5000 pessoas no cimo da Pirâmide do Sol. Acredita-se que a pedra central no topo tem imensa energia, mas nem dá para a ver, pois estao dezenas de pessoas empoleiradas em cima dela... Provavelmente ja nem tem energia nenhuma... Sugaram-na toda!!

As fotos falam por si... Foi um belo dia de domingo... E estupidamente esqueci-me do gato...