quinta-feira, 2 de outubro de 2008
E... finalmente o Blog do Gato!!
Divulguem aos vossos amigos interessados em gatos viajantes, de certeza que vao gostar!
Basta clicar no link - El Gato Chino Cosmico - na seccao dos meus Blogs preferidos
Enjoy!
Cuzco curiosidades
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Chegada a Cuzco
Depois de uma viagem de autocarro de 22 horas, serpenteando pelo meio dos Andes e revivendo os míticos anos 90 com um dvd de videoclips brilhantes (sublinho o grande Michael Bolton, herói dessa década), finalmente cheguei à cidade de Cuzco, ponto de entrada para Machu Picchu. Estou neste momento a 3.300 e tal metros de altitude e posso dizer honestamente que se sente bastante a altitude por estas bandas. Logo ao chegar, deixei as malas no Hostel e resolvi ir almoçar ao centro, pensando que depois daria um passeio de reconhecimento, mas rapidamente pus de lado esses planos... O facto de andar 200 metros cansa profundamente, sente-se a falta de oxigénio, dói ligeiramente a cabeça e os ouvidos... Segundo os guias, o melhor a fazer quando se chega a Cuzco é relaxar e descansar e dar tempo ao tempo até nos habituarmos à altitude. Foi o que fiz, vim até ao Hostel novamente e descansei, li e dormi um pouco. Acordei com um casal de argentinos que estao no meu quarto e alinhámos todos em ir jantar à praça da Catedral. Comi carne de alpaca, vulgo lama, um animal amoroso com os olhos tristes do tamanho do mundo, mas pronto, ao menos já posso dizer que experimentei. O pior vai ser quando vir o animalzinho ao vivo e a cores e aí sim me vou sentir como uma carnívora sem escrúpulos...
Cuzco é uma cidade de cerca de 300 mil habitantes, que se desenvolve a partir do Centro Histórico, lindíssimo e super bem tratado tendo em conta o turismo, e rodeado de milhares de barracas onde os locais se foram aglomerando. Há que frisar o facto de que esta cidade principal inca tinha sido "abandonada" com a chegada dos espanhóis, passando a capital a ser a cidade de Lima. Até ao início do século XX, tinha poucos habitantes e pouco interesse, até que um explorador descobriu a mítica Machu Picchu por acaso, enquanto procurava uma outra cidade inca. A partir daí o turismo invadiu a pequena Cuzco e hoje é um dos principais pontos turísticos do Perú e de toda a América do Sul.
Ah e o Gato Cósmico para além das lamas, já tem um gorro andino, amanha virá a reportagem fotográfica..
Aqui ficam as primeiras fotos
domingo, 28 de setembro de 2008
Lima em 3 dias
Aterrei em Lima às 5:50 da manha, depois de uma noite mal dormida no aviao, e quando finalmente vi a minha nova cama fiquei até à 1 da tarde a conversar alegremente com a almofada...
Acordei com música vinda da rua, tambores e crianças a cantar, e para minha grande sorte havia um desfile/concurso de várias escolas com trajes, música danças típicas do Perú. Ou seja, oportunidade de boas fotografias...
Depois fui até ao Mercado del Indio no bairro de Miraflores, a verdadeira loucura de compras. Trata-se de um mercado gigante de artesanato peruano onde uma pessoa tem de coser os bolsos para nao gastar o dinheiro todo. De qualquer forma, a quantidade de cores é uma alegria para os olhos.
À noite, depois de um jantar e um snooker muito mal jogado, fui com duas peruanas a uma bar de salsa cubana onde o vocalista nem precisava de cantar quase..., só a sua forma de dançar já era o espectáculo em si. Fui logo recrutada por um peruano todo cheio de truques para dançar a bela da salsa que, com tanta volta e reviravolta e mexe e remexe, até parecia que eu sabia o que estava a fazer...
Dia 2:
Uma ida à Huaca Pugliana, ruínas de um templo da civilizaçao Lima, muitos séculos anterior à Inca. Aí, numa montanha de terra e pó, descobriu-se uma grande pirâmide, ou que restava dela. Fica no meio do bairro de Miraflores, rodeada de casas que provavelmente têm debaixo delas muitos vestígios arqueológicos. Uma das senhoras que fez a visita guiada contou que um dia, ao escavar um buraco no seu jardim para construir uma piscina, descobriu artefactos e cerâmica pré-incaica. Segundo ela, toda a cidade de Lima está construída em cima de templos e ruínas antigas.
Depois disso um largo passeio até ao mar. Hoje vi o mar e encheu-me o coraçao... Quando se fica algum tempo sem ver o mar, o mar a perder de vista, é de facto uma visao incrível. Dentro do peito, parece que os pulmoes duplicam de tamanho e invade-nos uma serenidade e uma paz impossíveis de converter em palavras. O mar... Vi-o no Parque del Amor, uma versao romântica do Parc Güell (quem já lá esteve perceberá porquê), que fica numa falésia em cima da praia. Uma vista magnífica...
Desci até à praia onde fiquei horas sentada nas pedras (nao há areia) a falar com um peruano pescador e professor de surf que vive naquela mesma praia há dez anos. Ele queria que eu tivesse uma aula, mas acabámos por ficar horas a olhar o mar e conversar sobre tudo, sobre o mar, sobre surf, sobre Portugal e o Perú, sobre pessoas boas e pessoas más, sobre racismo, sobre música e dança, sobre comida, sobre viagens e sobre a vida. E o mar ali à nossa frente. Quando finalmente ía olhar o relógio para me vir embora, ele disse que deviam ser três e meia. Eu olhei e eram 3:35. Fiquei atónita, ao que ele respondeu: "Te he dicho que vivo en esta misma playa hace 10 años...".
El Parque del Amor (versao romântica do Parc Güell)
... e o mar
Se algum surfasse, só se fosse nestas mesmas condiçoes... se é para fazer, que se faça com estilo!
Dia 3:
Hoje resolvi passar por uma livraria para reabastecer o meu stock de livros. Pois é, além de cerca de 10 guias de viagem, tinha colocado na mala três romances que, ingenuamente, achei que me iriam durar durante toda a viagem. Nada tao longe da verdade... Apesar de tantos passeios, leituras dos guias e coisas afins, consegui em duas semanas terminar dois deles... Tendo em conta que o terceiro consistia na re-leitura de Siddharta em terras asiáticas, hoje adquiri para leitura em terras sul-americanas dois livros de Pablo Neruda: ("Veinte poemas de amor y una canción desesperada" e a sua autobigrafia "Confieso que he vivido"). Pareceu-me o mais aconselhável para a ocasiao...
Pela tarde resolvi armar-me em Bimbinha da Silva e embarcar num bus turístico e poupar-me assim ao trabalho de ir de autocarro até ao centro. Foi um bom passeio, mas como já me tinha dado conta, Lima nao é de facto a minha cidade. Falta-lhe o que só poderia descrever como alma... Como a alma de Lisboa, a de Barcelona, a de Berlim e até a da Cidade do México. O centro histórico é realmente bonito, com a arquitectura colonial ainda muito presente, grandes praças com palmeiras e grandes avenidas, mas logo tudo se mistura com uma arquitectura ao mais puro estilo comunista, austera e rectilínea... muito cinzento... muito espaço livre, mas sem espaços verdes... Bem, nao sei se me faço entender, mas as imagens sao capazes de ajudar (quando as subir...) ....to be continued