quinta-feira, 2 de outubro de 2008

E... finalmente o Blog do Gato!!

Para os fieis seguidores do Gato Cosmico, fica aqui a mensagem> ele ja tem o seu proprio blog!

Divulguem aos vossos amigos interessados em gatos viajantes, de certeza que vao gostar!

Basta clicar no link - El Gato Chino Cosmico - na seccao dos meus Blogs preferidos

Enjoy!

Cuzco curiosidades

Segundo tradicao peruana, mascam-se folhas de coca para suportar a altitude e ganhar energia. Habitualmente, os cuzquenhos mascam as folhas secas misturadas com cinza. Dai terem os dentes pretos... A plantacao de coca no Peru, vista como algo tradicional, e um dos alvos das criticas internacionais ao presidente Alan Garcia. Mas, como mascar folhas de coca com cinza nao faz parte dos meus planos a curto prazo, hoje resolvi comprar caramelos de coca, que se vendem em todos os quiosques e, para gente nao habituada ao sabor intragavel das folhas, sao uma boa segunda opcao.

Cuzco, como centro turistico que e, tem milhares de mercados de artesanato de perder a cabeca. Alem disso, e tambem um importante centro de pintura peruana, com duas escolas de Belas Artes, uma dedicada somente a pintura religiosa e outra de pintura paisagistica tradicional. Jovens estudantes de pintura vendem as suas obras na rua, embora seja ilegal a venda ambulante, e assim conseguem pagar os seus estudos. Veem-se tambem pelas ruas mulheres e criancas com roupas tipicas e acompanhadas de alpacas bebes que, pela modica quantia de um ou dois soles, se deixam fotografar.


Hoje comprei tambem o meu bilhete de comboio para Machu Picchu no dia 4 de Outubro, embora seja ligeiramente caro (cerca de 40 euros). Por isso, ja esta garantido que no meu 25 aniversario, passarei todo o dia num dos sitios mais espectaculares de todo o mundo!
A subida ate ao Hostel.... bem vindo ao inexistente elevador da Bica
A vista do Hostel sobre Cuzco

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Chegada a Cuzco

1.10.2008

Depois de uma viagem de autocarro de 22 horas, serpenteando pelo meio dos Andes e revivendo os míticos anos 90 com um dvd de videoclips brilhantes (sublinho o grande Michael Bolton, herói dessa década), finalmente cheguei à cidade de Cuzco, ponto de entrada para Machu Picchu. Estou neste momento a 3.300 e tal metros de altitude e posso dizer honestamente que se sente bastante a altitude por estas bandas. Logo ao chegar, deixei as malas no Hostel e resolvi ir almoçar ao centro, pensando que depois daria um passeio de reconhecimento, mas rapidamente pus de lado esses planos... O facto de andar 200 metros cansa profundamente, sente-se a falta de oxigénio, dói ligeiramente a cabeça e os ouvidos... Segundo os guias, o melhor a fazer quando se chega a Cuzco é relaxar e descansar e dar tempo ao tempo até nos habituarmos à altitude. Foi o que fiz, vim até ao Hostel novamente e descansei, li e dormi um pouco. Acordei com um casal de argentinos que estao no meu quarto e alinhámos todos em ir jantar à praça da Catedral. Comi carne de alpaca, vulgo lama, um animal amoroso com os olhos tristes do tamanho do mundo, mas pronto, ao menos já posso dizer que experimentei. O pior vai ser quando vir o animalzinho ao vivo e a cores e aí sim me vou sentir como uma carnívora sem escrúpulos...

Cuzco é uma cidade de cerca de 300 mil habitantes, que se desenvolve a partir do Centro Histórico, lindíssimo e super bem tratado tendo em conta o turismo, e rodeado de milhares de barracas onde os locais se foram aglomerando. Há que frisar o facto de que esta cidade principal inca tinha sido "abandonada" com a chegada dos espanhóis, passando a capital a ser a cidade de Lima. Até ao início do século XX, tinha poucos habitantes e pouco interesse, até que um explorador descobriu a mítica Machu Picchu por acaso, enquanto procurava uma outra cidade inca. A partir daí o turismo invadiu a pequena Cuzco e hoje é um dos principais pontos turísticos do Perú e de toda a América do Sul.

Ah e o Gato Cósmico para além das lamas, já tem um gorro andino, amanha virá a reportagem fotográfica..

Aqui ficam as primeiras fotos



domingo, 28 de setembro de 2008

Lima em 3 dias

Dia 1:

Aterrei em Lima às 5:50 da manha, depois de uma noite mal dormida no aviao, e quando finalmente vi a minha nova cama fiquei até à 1 da tarde a conversar alegremente com a almofada...
Acordei com música vinda da rua, tambores e crianças a cantar, e para minha grande sorte havia um desfile/concurso de várias escolas com trajes, música danças típicas do Perú. Ou seja, oportunidade de boas fotografias...
Depois fui até ao Mercado del Indio no bairro de Miraflores, a verdadeira loucura de compras. Trata-se de um mercado gigante de artesanato peruano onde uma pessoa tem de coser os bolsos para nao gastar o dinheiro todo. De qualquer forma, a quantidade de cores é uma alegria para os olhos.
À noite, depois de um jantar e um snooker muito mal jogado, fui com duas peruanas a uma bar de salsa cubana onde o vocalista nem precisava de cantar quase..., só a sua forma de dançar já era o espectáculo em si. Fui logo recrutada por um peruano todo cheio de truques para dançar a bela da salsa que, com tanta volta e reviravolta e mexe e remexe, até parecia que eu sabia o que estava a fazer...





Dia 2:

Uma ida à Huaca Pugliana, ruínas de um templo da civilizaçao Lima, muitos séculos anterior à Inca. Aí, numa montanha de terra e pó, descobriu-se uma grande pirâmide, ou que restava dela. Fica no meio do bairro de Miraflores, rodeada de casas que provavelmente têm debaixo delas muitos vestígios arqueológicos. Uma das senhoras que fez a visita guiada contou que um dia, ao escavar um buraco no seu jardim para construir uma piscina, descobriu artefactos e cerâmica pré-incaica. Segundo ela, toda a cidade de Lima está construída em cima de templos e ruínas antigas.

Depois disso um largo passeio até ao mar. Hoje vi o mar e encheu-me o coraçao... Quando se fica algum tempo sem ver o mar, o mar a perder de vista, é de facto uma visao incrível. Dentro do peito, parece que os pulmoes duplicam de tamanho e invade-nos uma serenidade e uma paz impossíveis de converter em palavras. O mar... Vi-o no Parque del Amor, uma versao romântica do Parc Güell (quem já lá esteve perceberá porquê), que fica numa falésia em cima da praia. Uma vista magnífica...
Desci até à praia onde fiquei horas sentada nas pedras (nao há areia) a falar com um peruano pescador e professor de surf que vive naquela mesma praia há dez anos. Ele queria que eu tivesse uma aula, mas acabámos por ficar horas a olhar o mar e conversar sobre tudo, sobre o mar, sobre surf, sobre Portugal e o Perú, sobre pessoas boas e pessoas más, sobre racismo, sobre música e dança, sobre comida, sobre viagens e sobre a vida. E o mar ali à nossa frente. Quando finalmente ía olhar o relógio para me vir embora, ele disse que deviam ser três e meia. Eu olhei e eram 3:35. Fiquei atónita, ao que ele respondeu: "Te he dicho que vivo en esta misma playa hace 10 años...".



El Parque del Amor (versao romântica do Parc Güell)












... e o mar

Se algum surfasse, só se fosse nestas mesmas condiçoes... se é para fazer, que se faça com estilo!


Dia 3:

Hoje resolvi passar por uma livraria para reabastecer o meu stock de livros. Pois é, além de cerca de 10 guias de viagem, tinha colocado na mala três romances que, ingenuamente, achei que me iriam durar durante toda a viagem. Nada tao longe da verdade... Apesar de tantos passeios, leituras dos guias e coisas afins, consegui em duas semanas terminar dois deles... Tendo em conta que o terceiro consistia na re-leitura de Siddharta em terras asiáticas, hoje adquiri para leitura em terras sul-americanas dois livros de Pablo Neruda: ("Veinte poemas de amor y una canción desesperada" e a sua autobigrafia "Confieso que he vivido"). Pareceu-me o mais aconselhável para a ocasiao...

Pela tarde resolvi armar-me em Bimbinha da Silva e embarcar num bus turístico e poupar-me assim ao trabalho de ir de autocarro até ao centro. Foi um bom passeio, mas como já me tinha dado conta, Lima nao é de facto a minha cidade. Falta-lhe o que só poderia descrever como alma... Como a alma de Lisboa, a de Barcelona, a de Berlim e até a da Cidade do México. O centro histórico é realmente bonito, com a arquitectura colonial ainda muito presente, grandes praças com palmeiras e grandes avenidas, mas logo tudo se mistura com uma arquitectura ao mais puro estilo comunista, austera e rectilínea... muito cinzento... muito espaço livre, mas sem espaços verdes... Bem, nao sei se me faço entender, mas as imagens sao capazes de ajudar (quando as subir...) ....to be continued


Fotos Coyoacán y San Ángel

O bairro de Coyoacán... delicioso



Aqui seria feliz...
El Gato Cósmico na casa de Diego Rivera e Frida Kahlo