quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Hong Kong








Bem, finalmente la ganhei coragem e saude para escrever outra vez...

Aventuras e desventuras. Estive em Macau um dia e meio e tive logo de ir a Hong Kong tratar de resolver "the ticket situation". A primeira ideia seria ficar mais uns dias em Macau e regressar a Portugal daqui, talvez uns dias antes do que era suposto. Nao se me passou pela cabeca que conseguir voos nesta altura do ano (entenda-se, epoca natalicia) e praticamente impossivel. Depois, planeei voar directo para Bombaim e ir a Goa de comboio, mas o cansaco, a situacao complicada que a India atravessa (com mais uma explosao num comboio ontem) e o peso crescente das minhas malas, acabou com as minhas restantes energias e "ganas" de continuar. Assim que regressarei antes do previsto, dia 10 de Dezembro, para o acontecimento do ano, durante o qual todo o Portugal para: o aniversario espectacular e tao esperado de miss Madeleine.

A resolver estes assuntos e a passear pela robotica cidade de Hong Kong, adoeci. Hong Kong, depois de todos os sitios que conheci, pareceu-me literalmente a cidade do futuro. Twilight zone... So faltava a voz off a dizer: "You have now moved two centuries forward." Incrivel como o nosso mundo e tao absurdamente desigual. Ou, como dizia o cantor, "we have just one world, but we live in different ones". Tudo e grande, espelhado, metalizado e iluminado em Hong Kong. Os nossos olhos ofuscam-se com os neons, os outdoors e os enormes e incontaveis centros comerciais. Na verdade, a qualquer sitio que se queira ir na zona central, e imperativa a passagem pelo interior de um gigante mall. Muitas vezes, nao ha hipotese de o contornar, ou pelo menos eu nao descobri...

O meu hotel ficava no Soho e, para la chegar da primeira vez, demorei 45 minutos, subindo ruas extremamente ingremes e escadarias interminaveis. Depois, o concierge indicou-me que poderia usar o "escalator" para ir ate ao centro. A cidade tem o "world's largest escalator", que consiste numa serie de escadarias e passadeiras rolantes acima do nivel das ruas e que percorrem praticamente toda a zona central de Hong Kong. Ou seja, quase nao e preciso andar para chegar a qualquer sitio: somos transportados. Para quem ja viu o filme Wall-e, tudo isto me recordou o cenario futurista, sendo a unica diferenca os humanos aqui serem chineses e magros. Aproveitei para apanhar o Peak Tram, que sobe a uma montanha de onde se tem uma vista geral da ilha, para constatar que no fim da linha estava construido mais uma enorme torre/centro comercial que desperdicava uma melhor visao.

Fiquei com a sensacao de que em Hong Kong o unico que se pode fazer e ir as compras. Como se tudo nao passasse de um grande centro comercial....

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Doente em Macau

Escrevo apenas para notificar que estou doente e sem a minima paciencia para escrever.

Peco desculpa pela interrupcao....

Noite magica em Jakarta

27.11.2008

A minha ultima noite em Jakarta compensou todas as mas disposicoes que a cidade me causou. Tudo comecou quando fui jantar sozinha a um restaurante perto do hotel. Assim que terminei de comer, juntou-se a mim o dono do restaurante, convidando-me a beber uma cerveja com ele e a dois dedos de conversa. Falamos sobre a minha estadia na Indonesia, sobre as impressoes que mais me marcaram, sobre o seu trabalho como dono de uma fabrica de produtos de cacau em Papua, sobre a situacao em Papua, etc... Logo, quando se despediu para ir jantar com a mulher, sentou-se no seu lugar o pianista da banda que iria actuar nessa noite. Contou-me as suas aventuras e desventuras no mundo musical indonesio e sobre a sua ascendencia chinesa, visto que o meu proximo destino seria Macau. Despediu-se para iniciar o concerto e ganhei entao a melhor companhia da noite: dois magicos indonesios! Fiquei horas a rir as gargalhadas alucinada sem perceber como raio conseguiam fazer tais truques. As tantas, ja me estavam a ensinar a fazer tudo. E eu, que sempre fiquei maravilhada com magicos pelo facto de nao descobrir nunca como fazem o que fazem, compreendi finalmente que sao simplesmente truques. A magia nao existe... Nada como ter um bom magico a ensinar-nos tudo tintim por tintim. Posso dizer que quando voltar vou deslumbrar com uns belos truques de magia! E, para terminar, quando ia a pagar o meu jantar e duas das cervejas que tinhamos bebido, vi que nao tinha dinheiro suficiente para tudo. Disse entao a um dos magicos que estaria encantada de pagar duas cervejas, mas que apenas poderia pagar uma. E ele deu o veredicto final, sem qualquer hipotese de recusa, que pagaria todas as cervejas e o meu jantar. Fantastico!!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Mudanca de planos... mais uma vez!

Vai haver uma leve mudanca de planos na minha viagem. A segunda depois daquela que foi a minha nao ida a Bolivia, devido a tensao que ali se vivia naquela altura.

Pois e, cansada de Jakarta, resolvi passar o dia na net, a ouvir musica e a navegar no ciberespaco, estudando os meus proximos destinos. Ao que parece, as coisas em Bangkok vao de mal a pior. Ja sabia dos conflitos existentes na capital antes de partir em viagem, mas pensei que se resolveriam nos 3 meses seguintes. A uma semana de aterrar em Bangkok, dou com esta noticia na net:

#BANGKOK, Thailand (CNN) -- 25.11.2008

Blasts at two Bangkok airports wounded four people early Wednesday, triggering the closure of the main international airport, authorities said. Anti-government protesters gather in front of Bangkok's Suvarnabhumi airport early Wednesday. The explosions come a day after thousands of anti-government protesters stormed the airports to protest the return of Thai Prime Minister Somchai Wongsawat from the APEC summit in Peru. One blast occurred at Suvarnabhumi Airport at 5 a.m. (2200 Tuesday GMT), an airport official said. One person was wounded in that attack. Continued protests caused authorities to cancel all incoming and outgoing flights there, an assistant to airport director Serirat Prasutanond told CNN. Three protesters also entered the airport's control tower, demanding the prime minister's flight schedule, The Associated Press quoted Group Capt. Chokchai Saranon, a control tower official, as saying. As the airport had been shut down, there were no controllers in the tower, AP reported. Video Watch what's behind protesters' demands » The other blast occurred at 6:40 a.m. Wednesday (2340 Tuesday GMT) at the Don Muang International Airport, wounding three people, police said. Suvarnabhumi Airport later canceled all flights, AP reported.#


Como se pode imaginar, ir a Bangkok com esta situacao nao e o mais aconselhavel, alem de que nem sequer e possivel aterrar. Nao sei se vao reabrir o aeroporto internacional, mas tambem nao vou ficar a espera para ver.

Entao, tendo em conta que o meu destino seguinte e Bombaim, na India, estive a ver onde poderia passar essa dita semana. Dois destinos pareceram-me os mais propicios a tao subita mudanca de planos.

O primeiro seria Phuket, tambem na Tailandia, que tem aeroporto proprio e dispensa escala em Bangkok. Daqui seguem voos para Bombaim, mas com escala novamente em Hong Kong. O que se faz em Phuket? Pois bem, praia, praia e mais praia! Nesta ilha estao os melhores resorts da Tailandia e pode-se ir em barco visitar outras pequenas ilhas nos arredores. Calculo que deve ser tudo ligeiramente caro, visto que e um local de turismo de luxo e que talvez se torne um pouco aborrecido tanto dia de praia sem fazer mais nada... Mas uns dias assim para relaxar antes de voltar a Portugal ate iam saber bem... Alem de que na Indonesia ja se foi metade do meu fantastico bronze...

A segunda hipotese seria adiantar o voo para Bombaim para o dia 2 de Dezembro, ficar ai uma noite e deixar o malao no deposito de malas do hotel, e viajar de mochilinha em comboio ate Goa, onde passaria uma semana. Depois regressaria mais uma semana a Bombaim, ate voltar a Portugal. A viagem a Goa, que nao estava prevista agora, era algo que eu queria fazer de qualquer forma, talvez numa outra viagem. Assim ficava ja despachado este assunto.


Bem... enquanto penso neste assunto, agradeco que todos os leitores do blog participem e opinem sobre onde gostariam de ver a Nina daqui a uma semana: Phuket ou Goa? Vamos a votos!

Back in Jakarta and longing to leave...

So foi preciso um dia em Jakarta para tirar qualquer tipo de duvida que pudesse restar ainda. Esta e a pior cidade em que ja estive e a qual seguramente nunca regressarei. Devia ter planeado a minha viagem de forma a ficar no maximo uma noite aqui. So para ver de relance o horrivel que isto e...

Pois e, estou de mau humor. Esta cidade esgota todas as minhas energias. Hoje, depois de um pequeno-almoco revigorante, decidi caminhar meia cidade para visitar Kota, o antigo centro de Jakarta. Ja falta pouco, mas estou prestes a a desistir, a enfiar-me dentro de um taxi e voltar para o hotel.

Vou tentar descrever de forma a que se entenda o meu martirio. O stress comeca logo quando se tenta atravessar uma avenida. Nem sequer se o sinal dos carros esta vermelho, eu me atrevo a atravessar calmamente. Tem de ser a correr e a olhar para ver se nao vem nenhuma mota lancada pelo meio. Porque, se por mero acaso o sinal muda para verde enquanto estamos a atravessar (que me aconteceu...), ninguem espera que cheguemos ao outro lado: arrancam todos como loucos com fogo no rabiosque para chegar a lado nenhum. E ficar no meio da estrada com indonesios loucos ao volante nao e a sensacao mais agradavel que se possa ter. Tendo em conta que todas as avenidas no centro de Jakarta sao assim, com 4 a 8 faixas, multiplique-se por x a aventura de atravessar as ruas.

Segundo motivo de stress e desespero, e sem duvida o maior: o calor. O clima tropical numa cidade como Jakarta, gigante e poluida, torna-se insuportavel. Nao da mesmo. Em Yogya eu aguentei-me super bem, nem nunca liguei o ar condicionado do quarto do hotel, nem nada. Nunca "desesperei" com o calor. Agora aqui, nao da mesmo! Como no outro dia, ja me refugiei tres vezes em ares condicionados. Sinceramente, nao percebo como alguem e capaz de viver nesta cidade. Quero dizer, percebo... Ao andar nas ruas, so se ve gente de classe baixa, condutores de cajaj e vendedores ambulantes. Se se entra num cafe, num restaurante ou num centro comercial, ai ja se pode encontrar as pessoas mais endinheiradas convivendo sob um belo ar condicionado. Ou seja, para se viver aqui, so mesmo estando o tempo todo fechado e contribuindo ainda mais para a poluicao da cidade.

E, para terminar, como uma especie de "cherry on top", com a restia de paciencia que ainda me sobrava, ter os condutores de cajaj (uma mota de tres rodas com cobertura), de motas e de taxis a apitarem por todos os lados e a gritarem: "Hey mrs! Transport?"

Estes tres factores dao cabo de um passeio a qualquer pessoa. A ver se consigo la chegar...

(Nota: isto foi escrito a almocar num restaurante. Ainda consegui caminhar mais uns metros, mas logo apanhei um taxi de volta.)

sábado, 22 de novembro de 2008

KLA Project - Yogyakarta

Ja tenho o cd...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Surpresas

Cada dia fico mais surpreendida com o caracter dos indonesios. Ontem conheci uma espanhola com os seus quarenta anos, que esta a viajar pelo mundo durante um ano. Com ela falei sobre os indonesios, sobre a sua forma de ser, os seus costumes, etc, e chegamos a acordo de que sao dos povos que mais surpreendem. Pela sua abertura, pela sua simpatia, por saber bem receber os turistas. Aqui todos adoram falar com estrangeiros. Ate as criancas, minimas, que chegam ao pe de nos a correr, param subitamente a nossa frente e gritam um "hello!" (a unica coisa que sabem dizer) super convencidas, mostrando aos seus amiguitos que sabem falar ingles. Tambem ja me aconteceu por duas vezes, ao pagar a conta depois de comer (nao sei onde ando com a cabeca...), constatar que me esqueci do porta moedas no hotel. Sem nenhum problema, deixam-me sair com um grande sorriso "No problem! No problem!", para buscar o dinheiro e voltar para pagar.

Hoje ao tomar o pequeno-almoco num cafe, juntou-se a mim um velho pescador indonesio, e falamos um bom bocado. Depois das perguntas tipicas do de onde es, que estas aqui a fazer e estas sozinha, disse-me que eu era muito corajosa por viajar assim sozinha. Eu respondi que de facto nao era tao dificil, que ao inicio pensaria que seria muito mais complicado. As tantas la ganhei coragem e perguntei se os indonesios nao tinham uma ma imagem dos portugueses, devido a Timor-Leste, e que eu pensava que tinham antes de ca chegar (tal como nos temos dos indonesios), e ele abriu a cara num grande sorriso e respondeu: "That is my government business, not people business". Acho que foi a resposta mais sabia e mais honesta que me poderiam dar a esta questao. E por um velho pescador de Yogyakarta...

Entretanto fica aqui o esclarecimento: o sufixo "karta", usado em palavras como Yogyakarta, Jakarta ou Surakarta, deriva da palavra "kraton", palacio do sultao, como o que eu visitei aqui em Yogya: o grande complexo de edificios dentro de muralhas onde vive o sultao, a sua familia e milhares de outras pessoas e que antigamente representava toda a cidade.



PS: Agradecia que se alguem soubesse o nome do animalito na fotografia do Mercado das Aves, que me informasse.